Por Adrualdo Monte Alto Neto

Há décadas que estudos apontam ser a Casa Própria o maior sonho de consumo do brasileiro. E o casamento tende a aproximar os noivos da realização desse sonho. Se, por um lado, a casa é uma necessidade consagrada pela sabedoria popular – “quem casa, quer casa” – por outro, numa sociedade que transformou a mulher somente “do lar” numa espécie em extinção, a reunião das rendas dos noivos é quase sempre fator determinante para o casal realizar esse sonho. É preciso, contudo, analisar com cuidado os riscos e tomar uma série de cautelas para evitar que o afã de realizar esse sonho, não o transforme num tremendo pesadelo.

Com o dinheiro cada vez mais difícil, crédito mais caro, e imóveis ainda com valores exagerados, sobretudo se considerada a renda per capita da população, o mercado consumidor de imóveis tem clamado por preços mais acessíveis, o que tem feito os construtores “rebolarem” para construir com menor custo.

Mas, como não existe mágica, as alternativas pra baratear a construção quase sempre importam em prejuízo da qualidade e até da segurança, sem falar que a baixa margem de lucro tende a afastar empresas consolidadas e atrair pessoas físicas sem estrutura empresarial e, infelizmente, muitos aventureiros.

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Esse cenário aliado à crise fez surgiu o modelo de negócio que hoje predomina no mercado de comercialização de novos imóveis: a venda de unidades na planta, mais especificamente as casas vendidas ainda em construção, ou antes de iniciada a obra, para pagamento ou parcelado ao longo da construção ou com entrada ou sinal de negócio, e o restante com financiamento bancário.

Como dito, esse mercado é dominado por construtores sem o suporte de uma estrutura de empresa, e, por isso, normalmente entendem muito de obra e pouco ou nada de contratos e de logística, e sua sorte quase sempre se confunde com a da “empresa”. Isto é, os prazos fixados nos contratos são verdadeiros chutes sem critério, e por isso são raramente cumpridos. Além disso, é muito comum construtores justificarem atrasos com motivos de ordem pessoal, como doença própria ou de parentes, por exemplo.

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Esse nível de informalidade e baixo profissionalismo, normalmente contamina a negociação e a execução da obra. O que vemos na prática são contratos simplificados, omissos, totalmente inadequados para operação e descumprimento de formalidades legais. Na obra, comuns são, além dos óbvios atrasos, emprego de materiais de qualidade inferior à prometida (e normalmente não documentada), uso de técnicas inadequadas, defeitos de execução, comumente no acabamento, em função da execução por profissionais não qualificados para a etapa.

E o problema é que quase sempre esses problemas são de solução complexa e cara, ante a demora e ineficiência dos procedimentos judiciais cabíveis, além da dificuldade de se comprovar o que foi combinado e os defeitos da obra.

O que fazer, então, para evitar esse tipo de problema? Simples: prevenir. Tratar as causas para não ter que “operar o paciente em coma”. Com esse olhar, apresentamos um conjunto de cautelas capazes de ao menos reduzir muito o risco de quem faz esse tipo de negócio:

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É necessário ter em mente que numa compra do porte de um imóvel, mais inteligente investir parte do capital aplicado no negócio, na contratação de profissionais capacitados para avaliar os riscos e encontrar os defeitos, do que fazer investimento desse porte 100% no escuro e acabar perdendo dinheiro ou gastando demais pra remediar o que poderia ter prevenido. Seguindo essas dicas você correrá menos risco de viver um pesadelo no lugar do seu sonho, pois certamente você conhece alguém que gostaria muito de ter recebido e seguido conselhos como esses antes de fechar negócio e se arrepender muito.

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